18 de novembro de 2010

Vivendo levemente!

Hoje fui pega de surpresa pela pergunta mais inusitada que já escutei.
“- Áh, Bruna... me ensina qual a melhor maneira de sofrer?
- Ensinar um jeito certo de sofrer?
- É!
- Mas por que eu?
- Porque você parece que não sofre!”


Nem sei dizer ao certo o que senti quando ouvi esta pergunta. Provavelmente um misto de surpresa e satisfação. Surpresa porque essa era a última coisa que eu esperava escutar, ainda mais hoje. E satisfação por saber que consigo não transmitir aquilo que me faz mal.
No momento da conversa, talvez por ser pega tão desprevenida, não consegui nem responder. Mas sabe quando as palavras ficam ecoando em nossa mente?
Foi assim que cheguei a uma conclusão. Não há receitas que nos possibilitam sofrer de um jeito certo. Há apenas visões diferentes do que nos causa sofrimento. O que muda não é a maneira como se sofre, mas o ângulo do qual enxergamos as adversidades da vida.
Há sofrimentos que são redentores. São aqueles em que descobrimos a razão do sofrer. Por exemplo, a “perda” de alguém, certamente, é um dos acontecimentos que mais nos causa dor. Se vivermos este sofrimento de maneira infértil, ou seja, sofrendo por sofrer, deixando que a raiva manipule os nossos sentimentos, sofreremos dobrado; porque não teremos nos desfeito do que nos causa o mal.
São vários os estágios do sofrimento: amargura, raiva, tristeza, depressão... E é preciso que saibamos viver e administrar cada etapa, caso contrário entramos em um ciclo vicioso, uma etapa provocando e agravando a outra.
Então, qual a melhor maneira de sofrer, já que não existe um jeito certo?
Primeiramente, sendo honesto. Colocar a questão que nos faz sofrer e perguntar: SERÁ QUE VALE A PENA SOFRER TUDO O QUE EU ESTOU SOFRENDO POR ISTO?
Às vezes nós sofremos tanto por coisas que não valem à pena. Perdemos muito tempo de nossas vidas com coisas que em nada nos acrescentam, que são passageiras, e que, na maioria das vezes, nos faz sofrer demoradamente.
Não! A gente precisa administrar isso. E o único jeito de fazê-lo é racionalizando.
O que provoca o sofrimento dentro de nós é a maneira que nós pensamos nele. Uma idéia vai me fazer mal, à medida que eu a alimento dentro de mim. Entretanto, se eu a substituo por outra que me faz bem, logo eu começo a superar a dor. Eu começo a superar o sofrimento.
Então ao buscar esta realização, podemos até ser “felizes” no momento da tristeza, ou melhor, sofrer de uma maneira mais leve. Para isso, basta que olhemos o que nos faz mal de um jeito novo, sem nos amargurarmos tanto, sem estender além do necessário a experiência que poderia ser curta.
Viver de forma mais leve é fazer um pacto de amizade com a vida, e há pessoas que escolhem não fazê-lo.
É preciso que tenhamos consciência de que todos sofrem! Não adianta pensar que é um privilégio seu sofrer, porque não é!
O sofrimento está em todos nós, sem exceção! E não podemos parar a nossa vida às custas disso.
Quando administramos bem o nosso sofrimento, crescemos como pessoas, ficamos mais interessantes e passamos a ter mais conteúdo, mais história para contar.
E o conteúdo da vida está diretamente relacionado com o que nós sabemos fazer com os fatos, com aquilo que nos ocorreu. É isso que mais cedo ou mais tarde a gente vai poder relembrar e contar, e o melhor, aconselhar aqueles que estão passando pela mesma situação e não sabem como agir. Ao cuidarmos bem da nossa vida, ajudamos a administrar a vida do próximo. Porém, de nada adianta querer administrar a vida do outro se você não o faz com a sua.
Primeiro tenha responsabilidade com aquilo que é seu e somente depois preocupe-se com aquilo que transmitirá aos demais!

16 de novembro de 2010

O desafio está lançado!

Um dos maiores desafios que nós precisamos enfrentar na vida, além dos muitos outros que enfrentamos todos os dias, é o de sermos honestos com a gente mesmo.
Enfrentar a desonestidade do outro é até suportável, porque no final podemos sair como vencedores, uma vez que depois que quebramos o poder daquela “traição” podemos restabelecer a ordem e até crescer a partir daquilo. Mas no momento em que somos desonestos conosco, as possibilidades de superação passam a ser mínimas, já que esta mesma desonestidade vai alimentando um jeito de ser.
Quando a mentira vem do outro, eu o olho nos olhos, digo algumas verdades e volto a harmonizar meu coração. Porém, quando a desonestidade está dentro de nós mesmo, então não há como esbravejar.
É preciso que sejamos muito sinceros com nós mesmo, com o nosso processo humano, com as nossas escolhas, com tudo aquilo que permitimos que entre ou não em nossas vidas, pois somos todos cheios de contradições.
Cada um, no íntimo, conhece as contradições que possuem. Somente você sabe onde aperta a pedra no seu sapato... onde está a sua fragilidade, a parede frágil da sua casa, da sua vida... somente você sabe onde é que está a trinca que precisa de reforço.
Mas se formos desonestos, se fingirmos que não sabemos, se fingirmos que não vimos, e começarmos a protelar essa mudança, jamais chegaremos ao resultado que nós merecemos. Quantas vezes as soluções não chegam em nossas vidas?
Não chegam, justamente, porque nos falta a coragem de assumir que erramos. Nos falta a coragem de dizer: “olha... desculpa. Eu errei! Eu não queria errar, mas errei!”
A cada dia acredito mais nos meus princípios: assumir a nossa fragilidade, o nosso erro, não é assinar um atestado de fraqueza. É o primeiro passo, o mais importante, para o nosso sucesso.

15 de novembro de 2010

Uma nova análise da vida!

É impressionante quando nos damos conta de que temos que dar uma resposta para a vida todos os dias. Redescobrir um novo jeito de ser.
É por isso que não acredito nos modelos prontos. Não há como definir-se de forma definitiva. E para o caso fazermos isso, precisamos estar conscientes que devemos tomar cuidado, porque pode ser que o jeito que somos hoje não nos sirva para ser amanhã.
E a razão para isso é muito simples: a vida é dinâmica. E com o decorrer do tempo ela segue nos posicionando de maneira muito diversa; e o que nos cabe é estarmos atentos, porque a resposta a ser dada terá que ser diferente.
A pergunta da vida é sempre a mesma: e agora?
Assim como Drummond, no seu poema, põe o seu personagem contra a parede colocando-o diante de situações que foram desfeitas, ou seja, desconstruindo o contexto de José, a vida também o faz. E então surge a dura pergunta: “e agora, José?” Como é que você reagirá a este processo de desconstrução?

É muito interessante analisarmos a vida a partir do contexto de desconstrução, uma vez que pouco a pouco vamos descobrindo que as nossas estruturas são constantemente modificadas.
A vida tínhamos ontem, hoje já não é mais a mesma. Os relacionamentos de tempos atrás, já não são mais os mesmos. Os amigos de antes, já não são mais os nossos. Tudo vai sendo modificados pelo processo da desconstrução.
Mas não se engane pensando ser este processo algo do tipo pessimista, porque lhe apresentarei o avesso da desconstrução.
A vida desconstrói o tempo todo e não há como fugir disso, mas no avesso dessa desconstrução está a necessidade de reconstruir. Nós só seremos felizes e realizados, à medida que reagirmos ao processo da desconstrução, construindo. E o segredo é não se acomodar nesses destroços, mas reinventar, a partir dele, algo que seja novo.
A sabedoria de interpretar a vida da maneira certa nos é exigida o tempo todo, porque são inúmeros os eventos que nos fazem ruir. Entretanto, essas nossas ruínas devem servir como a base para uma nova reconstrução, porque elas são inevitáveis. E a realização de tudo isso depende da resposta que daremos à vida.
Todos vivem este processo.
No momento em que tomamos consciência de que as nossas respostas precisam evoluir com o tempo, não haverá nada que possa estragar o sabor da vida. E acredite, não existe nenhuma desconstrução que seja definitiva, por mais dolorosa que ela seja.
Quem disse que estamos condenados a ficarmos infelizes só porque um fato desagradável nos aconteceu, só porque uma ruptura precisou nascer?
Não! Isso não é necessário!
Então, eis que chega a hora da nossa luta pessoal. A hora de responder à existência de um jeito novo.
Urge que pensemos no que estamos transformando as nossas desconstruções.
De repente a vida pode mudar e as coisas passam a não ser mais como eram no passado... isso causa um certo medo, e é natural que no momento da desconstrução fiquemos medrosos, afinal, a realidade antiga que nos causava segurança, não causa mais. Esse processo é infinito, porque enquanto estivermos vivos seremos desconstruídos e reconstruídos de maneira cíclica.
E se a desconstrução começar a nos assustar devemos olhar para nossos destroços sempre com algo bom em mente, porque só assim o desânimo não tomará conta de nós. E não podemos permitir que o ele seja maior do que as nossas esperanças.
Depois disso é só arregaçar as mangas e começar a trabalhar para a nossa reconstrução.
É assim que nos superamos.
Olhamos para aquilo que deu errado, olhamos para o que está desconstruído e nos lançamos nessa luta. Porque este é o grande objetivo da vida, que ela nunca seja um motivo para nos desanimar, mas sim para nos fazer ir além.

14 de novembro de 2010

Precisa-se de reforma!

Eu fico o tempo todo intrigada com a questão de o quanto precisamos crescer como pessoas... de como é difícil viver.
Adélia prado, uma das minhas poetizas favoritas, fala muito bem sobre esse dilema de ser humano.
Não é brincadeira ser humano. Ser humano dá muito trabalho e é por vezes doloroso.
É muito doloroso sermos quem somos... lidar com as nossas questões. Todos nós sabemos muito bem disso.
Sabemos, não por termos lido em algum lugar o quanto é difícil viver, mas por sentirmos na pele, todos os dias de nossas vidas, o quanto temos que lutar para dar conta das nossas questões.
Fico me perguntando o que nós precisamos fazer para sermos diferentes, para sermos pessoas melhores?

O que precisamos mudar em nossos corações para que isto possa acontecer?
Creio que cada um de nós tem um cantinho de si mesmo que precisa de reformas. Cabe a nós consertá-lo.
Porque se não reparamos o pequeno detalhe, o tempo nos transforma em uma grande peça estragada. E este é, realmente o nosso grande problema, já que não podemos nos desfazermos de nós mesmos e comprar um novo exemplar.
É a partir do que já existe que nós podemos mudar. Trata-se de trazer o brilho do que é novo para algo que esteja velho e desgastado.
O ser humano tem jeito. Nós temos conserto. Às vezes nos desanimamos e até pensamos que já é tarde demais, mas não devemos acreditar nisso. Basta descobrir o que em nós necessita de reparo e não ter medo da luta.
Trabalhe para que o que está danificado e fragilizado seja consertado. Mas não se esqueça, é preciso ser cuidadoso, porque às vezes a nossa tentativa de conserto acaba por destruir o pouco que ainda resta.
E para não errar, apele para aqueles que o guardam no coração... para aqueles que o amam incondicionalmente. Acredite, você jamais conseguirá sem eles...
...Porque somente quem nos ama, nos reforma do jeito certo.

Todo mundo sente medo.
O medo faz parte da vida humana e nós o identificamos no momento em que sabemos que somos limitados.
Há sempre uma expressão do medo onde há um limite.
Esse aprendizado não advém apenas da teoria, mas da prática também. É na carne que experimentamos a força do medo.
E você já deve ter passado por isso várias vezes, assim como eu também passei.
Sentimos medo quando percebemos o quanto somos pequenos diante da vida, diante dos acontecimentos... e quando a vida parece grande demais para caber dentro do nosso coração.
E então tivemos medo do futuro... do dia de amanhã.
Tivemos medo das pessoas, medo de nós mesmos.
Tivemos medo de enfrentar situações, de cruzar fronteiras... de ir para outros lugares, de recomeçar um novo tempo.
Nós já tivemos (e termos) medo de muitas coisas. E não há como fugir disso, porque o medo é universal.
E não pense que há um problema nisso.
Há alguns especialistas que dizem que o medo faz parte do nosso processo de sobrevivência. A gente sobrevive porque o medo também nos ajuda a ter cautela. O grande problema é quando ele se transforma no obstáculo para a nossa realização... quando passam a ser maiores do que nós.
Quando permitimos que ele comece a reger a nossa vida criamos uma situação nociva, porque ele nos impedirá de realizarmos nossos desejos por termos medo de arriscar... de ir além...
Talvez o medo que nos atinge seja uma conseqüência da vida moderna; mas de uma coisa tenho certeza, ele precisa ser olhado de frente para que, na medida certa, nos ajude a alcançar os lugares aos quais necessitamos nos encaminhar.

6 de novembro de 2010

Carpe Diem!


Aproveitar o dia.
É essa a decisão que tomamos quando nos encontramos cansados de tudo aquilo que nos tira a paz. E então passamos a não nos preocuparmos, excessivamente, com o que nem tem lá tanta importância.
Traduzindo: deixar que a vida, levemente, nos leve sem a preocupação de termos que saber aonde vamos chegar.
Há quem diga que todos os dias, assim que acordamos, recebemos um novo presente de Deus. E é triste ter que admitir que estes presentes chegam mesmo, mas não são vistos. E para justificar a ausência da sensibilidade, dizemos que estamos ocupados demais e que não é hora de desperdiçar o tempo com bobagens!
Bobos somos nós, que ignoramos a verdade de que o nosso tempo só é bem aproveitado quando somos felizes. Funciona mais ou menos assim: quanto mais sorrisos colocamos em nossos lábios, quanto mais leve ficar a nossa alma, mais vida teremos para viver. Porque a quantidade de tempo que se ganha é diretamente proporcional ao quão feliz você é.

Por muito tempo acreditei (e acho que isso é comum a quase todos) que a felicidade era a coisa mais complicada de se conseguir. À medida que fui vivendo e, principalmente, amadurecendo percebi que eu estava completamente enganada. Felicidade, mas felicidade mesmo, não condiz com nada que seja muito complexo.
Ser feliz depende de nos sentirmos plenos. E a plenitude, aquela sensação de que nada mais nos falta, anda de mãos dadas com tudo aquilo que é simples.
É justamente por isso que ao pararmos para observar o que acontece ao nosso redor, sorrimos sem que haja um motivo aparente. São nas pequenas coisas, geralmente as que passam despercebidas, que estão guardadas as sementes da paz de espírito. Da plenitude. Da felicidade.

Muitos ainda desconhecem, ou ignoram, o poder de um abraço, de um beijo, de um aperto de mão e até de um “bom dia”, quando este soa realmente sincero. Sentir os pés tocando a água salgada do mar, deixar que o azul do céu nos abrace, pular em um rio de águas claras, andar de bicicleta sentindo o vento despentear os nossos cabelos, tomar banho de chuva, jogar conversa fora com os amigos... rir com nossos amigos...
São estes os detalhes que nos fazem sorrir diariamente... são estes os presentes divinos aos quais havia me referido.
E se me permitem um conselho, abra você também os seus. Principalmente o que recebeu primeiro... aquele que já está com o embrulho apagado e empoeirado de tanto ser deixado de lado. Abra-o e use-o. É com a sensibilidade que você encontrará dentro dele, que poderá, finalmente, enxergar todos os outros embrulhos que já estão ao seu redor.
Permita-se ser feliz.
Viva plenamente.
Colha cada dia como se fosse o primeiro.
E não se esqueça, CARPE DIEM!

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Este texto é dedicado à minha amiga Camila. Uma das pessoas que me fez perceber a importância de aproveitar o presente que é cada dia!