20 de fevereiro de 2012

Hoje é dia de Alice! ~

Nenhum dia seria mais oportuno para falar sobre amizade do que hoje. Simplesmente porque hoje é dia de Alice. A Alice que, quando pode, tenta me fazer acreditar em um mundo de maravilhas. Em um universo que talvez ela tenha criado para si mesma, mas que não se importa em dividir comigo. Por vários motivos! E o principal deles seja talvez essa tal de amizade.
Amizade é uma espécie de parentesco, um tipo diferente, espiritual. Aquele que reconhecemos quando nos olhamos nos olhos e percebemos que temos algo em comum. E porque temos algo em comum, a vida se encarrega de nos encaminhar para ficarmos juntos em todo e qualquer momento. Nos momentos de alegria, de dificuldades, de tristeza, de desespero, de esperança.
Amigo é a oportunidade que nos é dada de sermos visitados por uma graça divina. É o território humano onde Deus se manifesta; pelo qual Ele nos fala.
O que mais encabula na amizade é que ela ultrapassa a possibilidade de estarmos juntos, fisicamente falando. Porque às vezes nos sentimos amigos de pessoas que jamais estiveram ao nosso lado; eu mesma tenho amigos que nunca vi, que nunca abracei. Mas isso não os tornam menos importantes para mim!
Amigos não são apenas aqueles que participam diretamente de nossas vidas; não são só aqueles que visitam nossas casas ou nós as deles. O significado dessa palavra é maior... bem maior. E se ainda não for, nós podemos (e devemos) dilatá-lo. Pois não acredito que eu seja a única a pensar que é importante nos reconhecermos um pouco em outras pessoas. Mais que isso! É maravilhoso termos alguém capaz de quebrar os nossos paradigmas, as nossas ignorâncias; e aqueles que tem o poder de realizar isso em nós pode, sim, ser chamado de amigo.
E eles o são porque nos convidam a superar, cada vez mais, os nossos limites. Porque são a palavra que nos orienta, a regra que nos coloca em um caminho menos agreste. São amigos porque nos ajudam a quebrar o que em nós precisa ser quebrado; ou a remendar o que em nós precisa de remendos. E mais, porque ajudam a dar sentido para aquilo que em nós está vazio, nos retirando do caos e fazendo o nosso absurdo ter algum significado.
Com o passar dos dias percebi que, para sermos realmente felizes, precisamos ter raízes. E as nossas raízes verdadeiras são pessoas. Muito mais do que o lugar em que eu nasci, as raízes que eu digo ter são amigos que ainda me conhecem, que ainda me freqüentam. São aqueles que ainda visitam minha alma com as suas influências positivas. Pessoas que com o seu olhar são capazes de me ajudar a compreender o próprio significado da vida.
Nós não podemos permitir que a superficialidade seja nossa regra. E nisso nós precisamos ser antigos! Precisamos cultivar a amizade que nos coloca na perspectiva do crescimento. É importante termos alguém que tenha acesso ao nosso coração, que saiba reconhecer o que a gente precisa, quais são as nossas fragilidades, quais os nossos limites. E reconhecendo isso, através de uma postura amorosa, seja capaz de nos ajudar nesse processo. E o mesmo nós devemos fazer pelos outros.
A vida é assim, sempre uma experiência de generosidade.
Eu tenho cada vez mais a convicção de que saber ser amigo é ter a capacidade de saber fazer um empréstimo. Emprestar o coração, o ouvido, o braço, o ombro, o colo, o olhar. Porque bons amigos são aqueles que se emprestam no momento da necessidade.
A amizade consiste em sermos para o outro aquilo que ele não tem naquele momento. Nós não somos anjos, somos humanos; marcados por limites, por incompreensões, e por dificuldades. Erramos e acertamos, mas somos capazes de amar e sermos leais; é isso que faz de nós um amigo de verdade. É isso que nos faz capaz de podar o que há de ruim no outro com apenas uma palavra. Quem se compromete não permite que cresça dentro do coração que ama algo que possa ser ruim. E é bom termos alguém que também cumpra o papel de nos amar do jeito certo, e de fazer acontecer dentro de nós a ressurreição de cada dia. Por um simples motivo... há dias que nos sentimos meio mortos... e então, precisamos renascer!
Obrigada, Alice, por tantas vezes me fazer acreditar que eu poderia nascer de novo. Obrigada por me reinaugurar, mesmo quando eu estava decretando falência. Obrigada por sempre acreditar em mim e por me apoiar, mesmo que a distância. Obrigada por ser sempre presente e por fazer questão disso! Obrigada pelas palavras, pelo incentivo, e pelo carinho. Sobretudo, obrigada pela amizade!
Eu poderia lhe desejar muitas coisas hoje, poderia lhe dar alguns presentes, mas talvez, daqui a alguns anos, eles já tenham se acabado. O que lhe ofereço hoje, pode (e irá) existir para sempre... pelo menos para sempre enquanto eu viver! São o meu respeito e a minha amizade!


Feliz aniversário!



(18/02/2012)