27 de abril de 2010
Mulheres, por Luis Fernando Veríssimo
"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque 'vai fazer frio'. Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
'Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça...'
Se você não levar o 'sapato extra', meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em 'praga de mãe', 'amor de mãe', 'coração de mãe'...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo 'coração de mãe' nos 'anjos da guarda' de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era 'um continente obscuro'.
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem 'estar nas nuvens', quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."
25 de abril de 2010
E que se dane o Vinícius... Eu prefiro as feias!
E um dia Vinícius escreveu: “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.”
Fundamental?! Fundamental uma ova!!!
De que vale uma pele lisinha, um rosto feito ‘bumbum de neném’, um cabelo perfeito, um corpo sem defeitos, se o único lugar em que se pode olhar e gostar do que vê é o
espelho?!
Não pensem que estou generalizando e dizendo que aquelas mulheres lindas não tem conteúdo, ou que o conteúdo que possuem encontra-se em pleno estágio de putrefação. Não! Longe de mim!
Mas para ser sincera, aquelas que são consideradas TOP estão sempre preenchendo o seu vazio particular com outro vazio, ocupando o seu tempo com as sobrancelhas por fazer, a unha que quebrou, a raiz que apareceu! Quanto tempo tem sido perdido com futilidade!
Aquele exercício que fazemos de nos isolar um pouco para pensarmos na vida e nos planos que pretendemos concretizar, ou talvez somente para refletir sobre os nossos atos, jamais será feito por elas. Afinal, vão analisar o que? A distribuição do salário entre as clínicas de estética, salão de beleza e maquiagem?
Nos caminhos que já andei, cruzei com inúmeras mulheres que pouco se importavam com a aparência; mulheres que tinham o rosto marcado pela amargura e pelo sofrimento, mas que conseguiram ver a vida em tons reais.
Mulheres que tinham os pés feridos de tanto andar pelo caminho errado, mas que aprenderam recomeçar.
Mulheres que já perderam tudo, mas que encontraram na derrota um motivo para lutar.
Mulheres com as mãos calejadas por tanta labuta, mas que descobriram que é através
do sofrimento que a vida nos faz crescer.
Mulheres aparentemente imperfeitas, mas que foram esculpidas pelo tempo para serem exemplos que nos marcarão para sempre. Porque a beleza, passa; mas a grandeza de espírito, é eterna.
Por isso eu prefiro estar acima do peso, com celulite e estrias, mas ser “um ser pensante! Uma sentimental que ama incondicionalmente a vida... uma excelente aprendiz de poetiza, que escreve com a alma e com o coração!”
Não acho que seja um grande feito, e não desejo para mim, ser mais uma na multidão!
Não! Eu quero ser diferente... e aprecio quem também deseja o incomum!
Fundamental?! Fundamental uma ova!!!
De que vale uma pele lisinha, um rosto feito ‘bumbum de neném’, um cabelo perfeito, um corpo sem defeitos, se o único lugar em que se pode olhar e gostar do que vê é o
espelho?!
Não pensem que estou generalizando e dizendo que aquelas mulheres lindas não tem conteúdo, ou que o conteúdo que possuem encontra-se em pleno estágio de putrefação. Não! Longe de mim!
Mas para ser sincera, aquelas que são consideradas TOP estão sempre preenchendo o seu vazio particular com outro vazio, ocupando o seu tempo com as sobrancelhas por fazer, a unha que quebrou, a raiz que apareceu! Quanto tempo tem sido perdido com futilidade!
Aquele exercício que fazemos de nos isolar um pouco para pensarmos na vida e nos planos que pretendemos concretizar, ou talvez somente para refletir sobre os nossos atos, jamais será feito por elas. Afinal, vão analisar o que? A distribuição do salário entre as clínicas de estética, salão de beleza e maquiagem?
Nos caminhos que já andei, cruzei com inúmeras mulheres que pouco se importavam com a aparência; mulheres que tinham o rosto marcado pela amargura e pelo sofrimento, mas que conseguiram ver a vida em tons reais.
Mulheres que tinham os pés feridos de tanto andar pelo caminho errado, mas que aprenderam recomeçar.
Mulheres que já perderam tudo, mas que encontraram na derrota um motivo para lutar.
Mulheres com as mãos calejadas por tanta labuta, mas que descobriram que é através
do sofrimento que a vida nos faz crescer.
Mulheres aparentemente imperfeitas, mas que foram esculpidas pelo tempo para serem exemplos que nos marcarão para sempre. Porque a beleza, passa; mas a grandeza de espírito, é eterna.
Por isso eu prefiro estar acima do peso, com celulite e estrias, mas ser “um ser pensante! Uma sentimental que ama incondicionalmente a vida... uma excelente aprendiz de poetiza, que escreve com a alma e com o coração!”
Não acho que seja um grande feito, e não desejo para mim, ser mais uma na multidão!
Não! Eu quero ser diferente... e aprecio quem também deseja o incomum!
21 de abril de 2010
ainda acredito em "NÓS"...
Somos um misto de compromisso e negligêcia... duas vidas que, não por acaso, resolveram se cruzar.
Uma armadilha do destino?
Talvez sim.
Sintonia, afinidade, cumplicidade... tudo se resume em uma só palavra: NÓS.
Creio que todos os erros que eu não queria cometer cometi contigo e, no entanto, você ainda permanece ao meu lado! De braços abertos...
Braços que estão incondicionalmente e permanentemente abertos!
Já sofri e sofreria novamente, se no final tivesse certeza de que ficaria para sempre ao seu lado.
E acima de todas as lágrimas e de toda a angústia que às vezes me segue, está o que de ti mais gosto: a sua capacidade de me fazer bem em qualquer circunstância.
Não há ninguém que melhor faça isso além de você.
Seu abraço, seu olhar, seu sorriso e até o seu silêncio me confortam. Acho que seria capaz de passar horas ao seu lado sem dizer sequer uma palavra; e caso isso acontecesse, certamente não seria por não termos o que conversar, mas sim por nos entendermos bem até na ausência das palavras.
Se existe alguém que não quero perder, esse alguém é você!
E para ser bem sincera, eu também "ainda acredito em NÓS".
Uma armadilha do destino?
Talvez sim.
Sintonia, afinidade, cumplicidade... tudo se resume em uma só palavra: NÓS.
Creio que todos os erros que eu não queria cometer cometi contigo e, no entanto, você ainda permanece ao meu lado! De braços abertos...
Braços que estão incondicionalmente e permanentemente abertos!
Já sofri e sofreria novamente, se no final tivesse certeza de que ficaria para sempre ao seu lado.
E acima de todas as lágrimas e de toda a angústia que às vezes me segue, está o que de ti mais gosto: a sua capacidade de me fazer bem em qualquer circunstância.
Não há ninguém que melhor faça isso além de você.
Seu abraço, seu olhar, seu sorriso e até o seu silêncio me confortam. Acho que seria capaz de passar horas ao seu lado sem dizer sequer uma palavra; e caso isso acontecesse, certamente não seria por não termos o que conversar, mas sim por nos entendermos bem até na ausência das palavras.
Se existe alguém que não quero perder, esse alguém é você!
E para ser bem sincera, eu também "ainda acredito em NÓS".
19 de abril de 2010
Alone...
Solidão... talvez essa seja a palavra que, durante toda a minha vida, mais me aterrorizou... E no entanto, todo esse temor não me livrou de hoje sentir-me só.
Peço desculpas a todos que estão à minha volta, sem vocês eu realmente não sei o que seria de mim, mas a solidão a qual me refiro diz respeito a tudo o que se passa em minha alma.
É um vazio que não consigo preencher... um aperto no peito que insiste em não passar e um nó na garganta que quase me impede de respirar.
Ontem me disseram que não pareço ter problemas porque estou sempre sorrindo... mal sabia a minha amiga que naquela hora eu chorava por dentro. Quando ouvi isso, sorri novamente e disse: “Quem dera...”.
Quem dera mesmo, que todos os meus sorrisos fossem sinceros como todos pensam que são!
Falsa, eu?! Acredito que não. Só não quero levar aos outros o que eu não desejo nem para mim mesma; porque creio que tão contagioso quanto a alegria, é a tristeza.
Acho que esse vazio que trago comigo chama-se saudade... uma saudade tão grande que quase não cabe em mim. E a angústia que decidiu ser minha companheira, talvez seja porque não tenho lembranças, já que sinto falta de algo que nem aconteceu... de planos que não foram realizados.
É difícil estar nessa situação... ter que fazer algo e não saber sequer por onde começar!
Acho que bom mesmo seria começar por mim... decretar feriado pessoal e me fechar para balanço. Inspecionar e concertar tudo aquilo que estiver quebrado (Áh... e como ando precisando de reparos...), mas estou cansada demais até para isso.
Minha maior vontade é desligar o mundo... fazê-lo parar de girar e dormir, descansar e rever tudo o que em mim está necessitando de mais atenção... gostaria de poder fazer isso sem ter aquela sensação de estar perdendo tempo me perseguindo! Mas, infelizmente, o tempo não para... e quanto mais tenho consciência disso, mais perco minhas forças!
Dizem que para sermos quem somos, nos construímos em cima de um pilar, um alicerce forte e capaz de agüentar ventos e tempestades. Talvez esse seja o meu problema, o meu alicerce ruiu. Não por ser fraco, isso jamais! Mas, provavelmente, por se sentir sobrecarregado. E então, a minha construção que parecia tão sólida desabou... e levou com ela tudo o que havia de melhor em mim.
Agora, tudo não passa de escombros, ruínas e poeira!
Peço desculpas a todos que estão à minha volta, sem vocês eu realmente não sei o que seria de mim, mas a solidão a qual me refiro diz respeito a tudo o que se passa em minha alma.
É um vazio que não consigo preencher... um aperto no peito que insiste em não passar e um nó na garganta que quase me impede de respirar.
Ontem me disseram que não pareço ter problemas porque estou sempre sorrindo... mal sabia a minha amiga que naquela hora eu chorava por dentro. Quando ouvi isso, sorri novamente e disse: “Quem dera...”.
Quem dera mesmo, que todos os meus sorrisos fossem sinceros como todos pensam que são!
Falsa, eu?! Acredito que não. Só não quero levar aos outros o que eu não desejo nem para mim mesma; porque creio que tão contagioso quanto a alegria, é a tristeza.
Acho que esse vazio que trago comigo chama-se saudade... uma saudade tão grande que quase não cabe em mim. E a angústia que decidiu ser minha companheira, talvez seja porque não tenho lembranças, já que sinto falta de algo que nem aconteceu... de planos que não foram realizados.
É difícil estar nessa situação... ter que fazer algo e não saber sequer por onde começar!
Acho que bom mesmo seria começar por mim... decretar feriado pessoal e me fechar para balanço. Inspecionar e concertar tudo aquilo que estiver quebrado (Áh... e como ando precisando de reparos...), mas estou cansada demais até para isso.
Minha maior vontade é desligar o mundo... fazê-lo parar de girar e dormir, descansar e rever tudo o que em mim está necessitando de mais atenção... gostaria de poder fazer isso sem ter aquela sensação de estar perdendo tempo me perseguindo! Mas, infelizmente, o tempo não para... e quanto mais tenho consciência disso, mais perco minhas forças!
Dizem que para sermos quem somos, nos construímos em cima de um pilar, um alicerce forte e capaz de agüentar ventos e tempestades. Talvez esse seja o meu problema, o meu alicerce ruiu. Não por ser fraco, isso jamais! Mas, provavelmente, por se sentir sobrecarregado. E então, a minha construção que parecia tão sólida desabou... e levou com ela tudo o que havia de melhor em mim.
Agora, tudo não passa de escombros, ruínas e poeira!
13 de abril de 2010
Quem dera...
Bom seria se não precisássemos abrir mão do que tanto amamos! Ás vezes me convenço de que não precisamos mesmo, mas, em poucos segundos, a realidade vem bater à minha porta e arranca de mim tudo aquilo que eu gostaria que fosse eterno.
São momentos que acabam e caem no esquecimento... objetos que se desgastam com o tempo... datas que são sucedidas pelo dia seguinte e sobretudo, pessoas... pessoas que teimam em nos dizer adeus.
Talvez, com a truculência do cotidiano, não percebemos o momento exato em que nos tornamos vítimas do pior dos ladrões, o destino; e quando nos damos conta, já fomos roubados e já é tarde demais para tentar um resgate.
Ainda pior do que não perceber uma partida, é ter que assisti-la de camarote... é ter que dizer 'adeus' mesmo quando o que insiste em sair da nossa boca é um pedido de 'fica comigo'.
Há várias maneiras de se perder alguém e a morte é uma dela. Perde-se o corpo, o contato, o tato, o olhar, a voz , o sorriso; entretanto, sobrevivem as lembranças... as mesmas lembranças que alimentam em nosso peito a esperança, talvez utópica, de um próximo encontro.
Talvez, ainda pior que a morte, seja perder aqueles que ainda estão ao alcance dos nossos olhos... aqueles que possuem lugar cativo em nosso pensamento e memória... aqueles que, incondicionalmente, jamais serão esquecidos.
Dói ver e não poder tocar... ouvir e não responder... recorrer às lembranças quando tudo o que se quer é viver! Dói perceber que já é tarde e que estamos de mão atadas.
Certa vez, alguém me perguntou o que eu sentia quando pensava em uma pessoa que amo muito, respondi que era invadida por uma vontade, incontrolável, de saber se a pessoa era mesmo real ou apenas mais um delírio meu. Eu não menti. Mas, provavelmente, por amar demais, acabei me julgando pouco e insuficiente. E me esqueci que não existem pessoas perfeitas.
Por isso, aqui vai o meu conselho: não se subestime. Não pense que é pouco para alguém. E quando quiser dizer algo, mesmo que haja o risco de colocar tudo a perder, diga! Com certeza, a dor da perda é menor do que a angústia que dúvida instala em nossos corações. Também não espere uma ação para que só então possa reagir... contrarie a física e dê o primeiro passo... afinal, as chances de êxito ou fracasso, são as mesmas. Não perca, quando você só tem a ganhar. Admita, assuma, arrisque-se, permita-se ser feliz... SEMPRE!
"[...] Ás vezes me dá vontade de ligar pra você e falar pra você me esquecer... esquecer que eu existo, porque seria o melhor para você... Já peguei o telefone várias vezes, mas não consigo! Sou incapaz! E eu sei que, mesmo que eu dissesse, por sua parte isso não iria ocorrer... aí eu iria trair meus sentimentos e os seus... pois isso não sei o que faço com você... só te guardo em meu coração..."
Você também está guardado em meu coração!
São momentos que acabam e caem no esquecimento... objetos que se desgastam com o tempo... datas que são sucedidas pelo dia seguinte e sobretudo, pessoas... pessoas que teimam em nos dizer adeus.
Talvez, com a truculência do cotidiano, não percebemos o momento exato em que nos tornamos vítimas do pior dos ladrões, o destino; e quando nos damos conta, já fomos roubados e já é tarde demais para tentar um resgate.
Ainda pior do que não perceber uma partida, é ter que assisti-la de camarote... é ter que dizer 'adeus' mesmo quando o que insiste em sair da nossa boca é um pedido de 'fica comigo'.
Há várias maneiras de se perder alguém e a morte é uma dela. Perde-se o corpo, o contato, o tato, o olhar, a voz , o sorriso; entretanto, sobrevivem as lembranças... as mesmas lembranças que alimentam em nosso peito a esperança, talvez utópica, de um próximo encontro.
Talvez, ainda pior que a morte, seja perder aqueles que ainda estão ao alcance dos nossos olhos... aqueles que possuem lugar cativo em nosso pensamento e memória... aqueles que, incondicionalmente, jamais serão esquecidos.
Dói ver e não poder tocar... ouvir e não responder... recorrer às lembranças quando tudo o que se quer é viver! Dói perceber que já é tarde e que estamos de mão atadas.
Certa vez, alguém me perguntou o que eu sentia quando pensava em uma pessoa que amo muito, respondi que era invadida por uma vontade, incontrolável, de saber se a pessoa era mesmo real ou apenas mais um delírio meu. Eu não menti. Mas, provavelmente, por amar demais, acabei me julgando pouco e insuficiente. E me esqueci que não existem pessoas perfeitas.
Por isso, aqui vai o meu conselho: não se subestime. Não pense que é pouco para alguém. E quando quiser dizer algo, mesmo que haja o risco de colocar tudo a perder, diga! Com certeza, a dor da perda é menor do que a angústia que dúvida instala em nossos corações. Também não espere uma ação para que só então possa reagir... contrarie a física e dê o primeiro passo... afinal, as chances de êxito ou fracasso, são as mesmas. Não perca, quando você só tem a ganhar. Admita, assuma, arrisque-se, permita-se ser feliz... SEMPRE!
"[...] Ás vezes me dá vontade de ligar pra você e falar pra você me esquecer... esquecer que eu existo, porque seria o melhor para você... Já peguei o telefone várias vezes, mas não consigo! Sou incapaz! E eu sei que, mesmo que eu dissesse, por sua parte isso não iria ocorrer... aí eu iria trair meus sentimentos e os seus... pois isso não sei o que faço com você... só te guardo em meu coração..."
Você também está guardado em meu coração!
Desconcerto
"Odiar é também uma forma de amar. Diferente, mas é.
É que o coração humano nem sempre consegue identificar o sentimento que o move.
É claro que existem situações em que o ódio é ódio mesmo, mas, em outras, não.
Você já deve ter experimentado isso que estou dizendo. Sobretudo no momento em que foi traído, enganado e até mesmo abandonado. O sentimento foi de revolta e, nela, o amor muda de cor, configura-se diferente. É a mesma coisa que acontece com os animais que se camuflam para sobreviverem às ameaças dos inimigos.
Quando temos o nosso amor traído, ameaçado pelo descaso do outro, nós nos revestimos de ódio e ressentimentos. Mas a fonte é sempre o amor. Ele é o referencial de onde parte a nossa reação. Nem sempre temos coragem de assumir isso. A traição nos trava para a misericórdia. E, então, sentimos necessidade de devolver a ofensa com a mesma moeda.
Por isso, dizemos que odiamos. Mas só o dizemos, porque o que nos falta é coragem para dizer que amamos.
Camuflados e infelizes.
Camuflar é o recurso que usamos com o objetivo de nos justificarmos diante dos outros. É uma forma que temos de nos sentir menos humilhados. Não raras vezes, dizer que temos ódio é uma maneira de tentar dar a volta por cima. Estranho isso, mas acontece.
Talvez seja por isso que as pessoas andam tão distantes dos seus verdadeiros sentimentos. Tememos a fraqueza. Tememos que o outro nos flagre no sofrimento que a gratuidade do amor nos trouxe. Preferimos assumir uma postura marcada pela agressividade a outra que nos mostrasse em nossa fragilidade.
Nos dias de hoje, cada vez mais, acentua-se a necessidade de ser forte. Mas não há uma fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que antes tenhamos provado a fraqueza. E amar é experimentar a fraqueza. É provar o doloroso campo da necessidade, da carência e da fragilidade.
Amar é uma forma de depender, de carecer e de implorar. É uma forma de preenchimento de lacunas, visto que o amor é a melhor forma de complementar os espaços.
Admirável desconcerto.
Quem ama sabe disso. Quem é amado, também.
A gratuidade do amor consiste nisso. Amar quando o outro não merece ser amado. Surpresa maior não há. Ser abraçado no momento em que sabemos não merecer ser perdoados. O amor verdadeiro desconcerta. O perdão e a reconciliação são a prova disso. Somente depois de dizermos infinitas vezes "Eu te perdôo" , é que temos o direito de dizer "Eu te amo". Porque, antes do perdão, o que existe é admiração. Esse último sentimento não é o mesmo que amar. Só amamos aqueles a quem perdoamos. E, geralmente, só odiamos aos que amamos, caso contrário seríamos indiferentes.
Pena que tem sido cada vez mais difícil declarar amor no momento em que o outro não merece. Não temos coragem de tomar essa atitude, porque ela é chamada de fraqueza, coração mole. E, por medo de sermos vistos assim, camuflamos o amor com as roupas do ódio.
Perdemos a oportunidade de atualizar a gratuidade do amor de Deus na precariedade do amor humano e de surpreender o outro com nosso gesto já transformado pela graça divina.
Na sua vida, não tenha medo de ser fraco, já que a fraqueza representa capacidade de amar. Quando o outro, pelas mais diversas razões esperar pelo seu ódio, surpreenda-o com o seu amor.
Desconcerte-o e, assim, você ajudará a consertar o mundo."
(Pe. Fábio de Melo)
Eu havia feito o compromisso de postar no blog apenas textos de minha autoria, mas ás vezes existem pessoas que também conseguem falar por nós!
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