26 de setembro de 2010

Quero somente o essencial

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.


Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.


Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.


Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade... Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.


E para mim, basta o essencial!"


(Mário Quintana)

8 de setembro de 2010

Aonde Deus possa me ouvir...

Sabe o que eu mais queria agora, Meu Bem?
Sair, chegar lá fora e encontrar alguém... alguém que não me dissesse nada e que também não me perguntasse nada.
Alguém que não se preocupasse somente com cobranças e perguntas , mas que tivesse a prioridade de me ofertar seu abraço, seu ombro e o seu colo.
Gostaria de sair e me deparar com alguém que fosse suficientemente confiável para que eu pudesse me abrir... desaguar em seu amparo meus desenganos e minhas mágoas.
Queria encontrar alguém que não só me olhasse, mas que me enxergasse completamente. Que tivesse o mínimo de sensibilidade para notar qualquer mudança, por menor que seja, em meu semblante. Mas o mundo e as pessoas andam tão loucas que, por vezes, chego a acreditar que isso é apenas mais uma utopia.

E sabe o que eu também quero agora, meu Amor?
Quero aquietar-me e, verdadeiramente, morar no interior do meu interior. Talvez só assim eu consiga entender de onde vem essa tristeza que percebo nos olhos alheios e também nos meus. Quero ainda, entender o motivo de tantas agressões... o porquê de nos empurrarmos sempre para um abismo. Compreender porque as pessoas se debatem e se combatem tanto, mesmo sem saber. Quero por fim, meu Amor, compreender essa minha dor, esse aperto que carrego no peito.
E se eu te encontrar, apenas deixe-me chorar até cansar e depois me leve para qualquer lugar, aonde Deus possa me ouvir.
E não se preocupe em ser como um farol, guia ou talismã... basta-me apenas que esteja por perto... atento, a postos e disposto. Caso contrário, me deixe aqui e pode sair... Adeus!



~ O texto acima foi baseado na música "Aonde Deus possa me ouvir" interpretada pelo cantor Vander Lee.

4 de setembro de 2010

Segunda Chance...

E se fosse possível voltar no tempo?
É com muita freqüência que me faço essa pergunta... muito provavelmente por achar que já errei demais nesses meus 20 anos de vida!
Gostaria muitíssimo que isso fosse possível, mas com duas regras básicas:

1. Voltar no tempo só seria possível uma vez em um intervalo de 10 anos (talvez 5, para não ser tarde demais) porque só assim, poderíamos amadurecer o suficiente para admitir o quão idiotas fomos no momento do erro.

2. Mudar o passado só seria permitido quando os erros gerassem uma conseqüência que, com o passar do tempo, se tornasse insuportável. Afinal de contas, caso fosse permitido a correção de qualquer deslize, acionaríamos o botão do “restart” até mesmo depois de calçar pares de meias diferentes.

Seria maravilhoso recuperar as oportunidades que deixamos escapar por entre os dedos por simples insegurança. Mais maravilhoso ainda seria poder desfrutar de suas conseqüências, das quais fomos privados pelo medo de arriscar um pouquinho mais.
Poderíamos resgatar não somente momentos, mas também pessoas que fizeram parte de nossas vidas e que eram essenciais, mas que nos deixaram, ou foram levadas de nós, por nossas escolhas.
E se tudo tivesse sido diferente?
E se ao invés de nos acomodarmos, tivéssemos corrido para aqueles braços que sempre estiveram esperando por um abraço?
E se ao invés de calar, deixássemos o orgulho de lado e disséssemos: “Ei!!! Aonde você pensa que vai??? Não vê que eu preciso de você?!”
E se escolhêssemos não nos envolver, ou então se soubéssemos reconhecer qual o momento certo de colocar um “ponto final” em tudo?
E se fosse possível voltar atrás para fazer as escolhas que na época não tivemos coragem de fazer?
Se tudo isso fosse possível, como seria a minha vida hoje? Onde eu estaria? Será que estaria mais ou menos feliz?
São perguntas que jamais vou conseguir responder... que permanecerão para sempre como uma lacuna que não pode ser preenchida, uma dúvida que jamais será esclarecida!
Saber que o tempo segue uma via de sentido único às vezes me desespera. Isso porque sei que o que quer que eu faça, bom ou ruim, jamais será apagado, esquecido, principalmente por mim mesma!
Tenho centenas de motivos para querer reviver alguns momentos e fazer com que o desfecho dos mesmos fossem diferentes. Por outro lado, sei que quem eu sou hoje está diretamente relacionado com tudo aquilo que já vivi, com ou sem arrependimentos. Errei muito mesmo, mas também acertei em algumas coisas. Foram duras as conseqüências dos meus erros, das minhas escolhas mal feitas, mas eu sobrevivi. E agora, depois de tudo, posso afirmar que sou mais “resistente” às agruras da vida... mais forte.
E é por isso que me questiono se essa tal de segunda chance é a alternativa mais justa. Se optar por “remendar” as coisas seria a escolha correta ou apenas mais um erro. Sei que agora estou contrariando tudo o que já disse anteriormente, mas como diz a minha mãe: “sou um jogo de contrários... um misto de opostos...”
E é assim que vivo. Vou seguindo entre meus acertos e erros... entre os meus arrependimentos... mas acima de tudo, sigo não só existindo, mas crescendo!