Aqui estou com a difícil missão de tentar expressar sentimentos que não são exclusivamente meus.
Foi a primeira vez que alguém me pediu para escrever sobre seus próprios sentimentos. Tentarei, humildemente, corresponder a esta expectativa.
Eis o tema:
“O valor que há em aproveitar o amor e as pessoas amadas.”
A função desse texto não é explicar a importância desse sentimento, mas a diferença que há entre dá-lo ou não o seu devido valor.
Não acredito quando ouço alguém dizer que não sabe o que é o amor. Não acredito porque a capacidade de reconhecê-lo é inerente até àqueles que são considerados irracionais. Nasce conosco e fim de conversa. Se não o reconhecêssemos não haveria relacionamentos duradouros nem amizades verdadeiras.
Cada um de nós vem ao mundo com um dispositivo reconhecedor de amor. Ao ser ativado ele causa algumas alterações fisiológicas como o aumento das frenquencias cardíaca e respiratória, sudorese e uma revoada de borboletas estomacais.
Reconhecer, todos reconhecem... o que é passível de escolhas é a etapa seguinte: dar ou não o seu devido valor.
Quando nós humanos começamos a povoar o planeta, fomos reconhecidos como seres superiores, tendo em vista a nossa capacidade intelectual. E talvez, graças à habilidade de sermos racionais, recebemos como prêmio adicional o livre arbítrio; aquela “lei” que diz que somos donos e responsáveis pelo nosso destino.
A possibilidade de nos sentirmos senhores de nós mesmos trás consigo uma carga ‘divina’ e, muitas vezes, a falsa impressão de que somos auto-suficientes.
A vida é cheia de escolhas e a maioria delas envolve uma renúncia. Infelizmente, nem todos reconhecem que para se agarrar alguma coisa, é necessário que nos desprendamos de outra. E assim, permanecem na mesmice. Ao contrário do que muitos pensam, o ato de renunciar alguma coisa não significa desvalorizar, mas sim uma organização de prioridades. A renúncia também não é sinônimo de esquecimento; e foi para esse tipo de ocasião que foram criadas as lembranças... partes importantes de nossas vidas que ficam seguramente guardadas em nossa memória e que, por nos fazerem tão bem, são facilmente acessíveis.
Dentre todas as escolhas que a vida nos impõe, acredito que a mais importante seja a que nos permite aproveitar aqueles que amamos, porque de nada adianta amarmos em silêncio. O amor foi feito para ser anunciado, difundido e disseminado em proporções epidêmicas. E acredite, não há razões lógicas que possam justificar a vontade de se esconder um sentimento tão sublime.
Amar faz bem, mas os benefícios de compartilharmos o nosso amor com outra pessoa é exponencialmente superior. Porque ao fazê-lo passamos a enxergar o mundo de outro ângulo... um ângulo que nos permite a aquisição de novas habilidades. Dentre as mais importantes está a capacidade de, a partir de então, conseguirmos observar detalhes queantes eram imperceptíveis. E é justamente essa “sensibilidade à flor da pele” o principal ingrediente para nossas overdoses de felicidade. É ela a responsável por nos fazer sorrir diante das reações mais corriqueiras da pessoa amada; e que também nos faz sentirmos completos ao simples toque das mãos. Além disso, esta sensibilidade exacerbada nos coloca em um estado permanente de alerta, o qual nos permite identificar qualquer tipo de alteração, mesmo as mais sutis, que geralmente passam despercebidas diante dos olhos alheios.
E agora me responda, de que vale amar uma pessoa, amar muito, se esse amor não se concretiza? O que se ganha amando alguém sem poder compartilhar com esta pessoa a sua vida? De que vale amar sem abraços, sem beijos e sem confidências? O que ganhamos nos privando de nos sentirmos felizes diante das coisas mais simples da vida? Se temos a chance de andarmos em um parque de mãos dadas e rindo das coisas mais bobas, por que escolher percorrer o mesmo trajeto sozinhos?
Na vida tudo perece, apenas o amor é capaz de frutificar e, assim, existir por toda eternidade. O que realmente vale na vida é valorizar o amor e respeitá-lo. E de que forma o fazemos?
Muito provavelmente quando reconhecemos que não existimos sozinhos... e que cada um de nós somos metades que buscam incansavelmente a unidade. Dois que passarão a ser um. E o respeito está no fato de concretizarmos o sentimento... na vontade incontrolável de torná-lo real!
Como já havia dito anteriormente, a vida é feita de escolhas e o fato de se escolher viver um grande amor não é sinônimo de sucesso. Muitas vezes, diante das adversidades, ele é interrompido, o que pode gerar sérios danos ao nosso coração (e repare que eu disse interrompido porque, para mim, o amor não se conjuga no passado). Mas a vida sempre segue adiante. O mundo não pára... e mais importante, ele dá voltas; e a partir de então, tudo pode acontecer! E enquanto o universo conspira, poderemos recorrer às nossas lembranças. Àqueles momentos que ficaram na história e que jamais serão esquecidos... momentos para os quais nos teletransportamos quando provar, novamente, a felicidade mais sincera e verdadeira se faz necessário.
Só se vive um amor plenamente, valorizando-o e respeitando-o, quando não existe em nós o medo de se arriscar.
A única coisa que realmente importa é que sejamos felizes... e acredite, a sua felicidade só depende de você!
Faça a sua escolha!
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Escrevi este texto a pedido de uma GRANDE amiga, Juliana ("Jujuba")... Espero que goste, Juh!
Amo você!