31 de outubro de 2010

Em tons de cinza


O dia amanheceu há horas, mas ainda vejo nele um “quê” de escuridão. Não consigo enxergar a sua luminosidade nem sentir o calor do sol sobre minha pele.
O que sinto é o leve toque de uma brisa úmida que, lentamente, anuncia a chegada da chuva.
Particularmente, adoro dias chuvosos. Talvez por ter a impressão de que, em poucos minutos, sou transportada para um outro mundo. Um mundo onde tenho a sensação de estar só e onde, finalmente, eu possa me voltar um pouco para mim mesma.
Talvez por vir do céu é que a chuva seja assim tão mágica. Bastam apenas algumas gotas para que as pessoas comecem, vagarosamente, a desaparecer. E enquanto todos se recolhem em suas residências, parecendo temer serem dissolvidos, eu trato de escancarar minhas portas e janelas para que eu consiga me ver com clareza... me perceber com riqueza de detalhes.
Dias feito o de hoje implantam em mim uma certa melancolia. Trazem consigo uma necessidade de querer estar só para poder pensar em tudo o que, todos os dias, faço questão de esquecer.
E graças à mania de deixar para depois, agora percebo que tenho muito em que pensar. Muito para rever. Muitas decisões à tomar.
Permaneço então a me questionar sobre cada detalhe, a fim de conseguir encontrar uma saída... uma direção que talvez nem seja a mais correta. Continuo com a tentativa, por vezes frustrada, de preservar aqueles que estão ao meu redor, e talvez esse seja o meu maior erro. Porque quando mais eu os protejo, mais me afundo nesse emaranhado de dúvidas e sair dele torna-se quase um milagre.
Sigo então me perdendo por entre os caminhos tortuosos da vida. Me perdendo na tentativa de me encontrar. Errando na esperança de um dia acertar.
Chego então à conclusão de que não sei mesmo o que fazer. Estou de mãos e pés atados. E até tenho vontade de jogar tudo para o alto e recomeçar de onde eu não deveria ter parado, mas tomar essa decisão exige uma irresponsabilidade que eu não tenho.
De tudo, o que fica é a certeza de que nada foi em vão. Houve e ainda há um propósito para tudo.

28 de outubro de 2010

Um dia como porta-voz!

Aqui estou com a difícil missão de tentar expressar sentimentos que não são exclusivamente meus.
Foi a primeira vez que alguém me pediu para escrever sobre seus próprios sentimentos. Tentarei, humildemente, corresponder a esta expectativa.
Eis o tema:
“O valor que há em aproveitar o amor e as pessoas amadas.”
A função desse texto não é explicar a importância desse sentimento, mas a diferença que há entre dá-lo ou não o seu devido valor.
Não acredito quando ouço alguém dizer que não sabe o que é o amor. Não acredito porque a capacidade de reconhecê-lo é inerente até àqueles que são considerados irracionais. Nasce conosco e fim de conversa. Se não o reconhecêssemos não haveria relacionamentos duradouros nem amizades verdadeiras.
Cada um de nós vem ao mundo com um dispositivo reconhecedor de amor. Ao ser ativado ele causa algumas alterações fisiológicas como o aumento das frenquencias cardíaca e respiratória, sudorese e uma revoada de borboletas estomacais.
Reconhecer, todos reconhecem... o que é passível de escolhas é a etapa seguinte: dar ou não o seu devido valor.
Quando nós humanos começamos a povoar o planeta, fomos reconhecidos como seres superiores, tendo em vista a nossa capacidade intelectual. E talvez, graças à habilidade de sermos racionais, recebemos como prêmio adicional o livre arbítrio; aquela “lei” que diz que somos donos e responsáveis pelo nosso destino.
A possibilidade de nos sentirmos senhores de nós mesmos trás consigo uma carga ‘divina’ e, muitas vezes, a falsa impressão de que somos auto-suficientes.
A vida é cheia de escolhas e a maioria delas envolve uma renúncia. Infelizmente, nem todos reconhecem que para se agarrar alguma coisa, é necessário que nos desprendamos de outra. E assim, permanecem na mesmice. Ao contrário do que muitos pensam, o ato de renunciar alguma coisa não significa desvalorizar, mas sim uma organização de prioridades. A renúncia também não é sinônimo de esquecimento; e foi para esse tipo de ocasião que foram criadas as lembranças... partes importantes de nossas vidas que ficam seguramente guardadas em nossa memória e que, por nos fazerem tão bem, são facilmente acessíveis.
Dentre todas as escolhas que a vida nos impõe, acredito que a mais importante seja a que nos permite aproveitar aqueles que amamos, porque de nada adianta amarmos em silêncio. O amor foi feito para ser anunciado, difundido e disseminado em proporções epidêmicas. E acredite, não há razões lógicas que possam justificar a vontade de se esconder um sentimento tão sublime.
Amar faz bem, mas os benefícios de compartilharmos o nosso amor com outra pessoa é exponencialmente superior. Porque ao fazê-lo passamos a enxergar o mundo de outro ângulo... um ângulo que nos permite a aquisição de novas habilidades. Dentre as mais importantes está a capacidade de, a partir de então, conseguirmos observar detalhes queantes eram imperceptíveis. E é justamente essa “sensibilidade à flor da pele” o principal ingrediente para nossas overdoses de felicidade. É ela a responsável por nos fazer sorrir diante das reações mais corriqueiras da pessoa amada; e que também nos faz sentirmos completos ao simples toque das mãos. Além disso, esta sensibilidade exacerbada nos coloca em um estado permanente de alerta, o qual nos permite identificar qualquer tipo de alteração, mesmo as mais sutis, que geralmente passam despercebidas diante dos olhos alheios.
E agora me responda, de que vale amar uma pessoa, amar muito, se esse amor não se concretiza? O que se ganha amando alguém sem poder compartilhar com esta pessoa a sua vida? De que vale amar sem abraços, sem beijos e sem confidências? O que ganhamos nos privando de nos sentirmos felizes diante das coisas mais simples da vida? Se temos a chance de andarmos em um parque de mãos dadas e rindo das coisas mais bobas, por que escolher percorrer o mesmo trajeto sozinhos?
Na vida tudo perece, apenas o amor é capaz de frutificar e, assim, existir por toda eternidade. O que realmente vale na vida é valorizar o amor e respeitá-lo. E de que forma o fazemos?
Muito provavelmente quando reconhecemos que não existimos sozinhos... e que cada um de nós somos metades que buscam incansavelmente a unidade. Dois que passarão a ser um. E o respeito está no fato de concretizarmos o sentimento... na vontade incontrolável de torná-lo real!
Como já havia dito anteriormente, a vida é feita de escolhas e o fato de se escolher viver um grande amor não é sinônimo de sucesso. Muitas vezes, diante das adversidades, ele é interrompido, o que pode gerar sérios danos ao nosso coração (e repare que eu disse interrompido porque, para mim, o amor não se conjuga no passado). Mas a vida sempre segue adiante. O mundo não pára... e mais importante, ele dá voltas; e a partir de então, tudo pode acontecer! E enquanto o universo conspira, poderemos recorrer às nossas lembranças. Àqueles momentos que ficaram na história e que jamais serão esquecidos... momentos para os quais nos teletransportamos quando provar, novamente, a felicidade mais sincera e verdadeira se faz necessário.
Só se vive um amor plenamente, valorizando-o e respeitando-o, quando não existe em nós o medo de se arriscar.
A única coisa que realmente importa é que sejamos felizes... e acredite, a sua felicidade só depende de você!
Faça a sua escolha!

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Escrevi este texto a pedido de uma GRANDE amiga, Juliana ("Jujuba")... Espero que goste, Juh!

Amo você!

27 de outubro de 2010

De volta à atividade!

Queridos leitores,

andei um pouco sumida, e peço desculpas por isso, mas por causa de alguns probleminhas técnicos acabei ficando sem internet.
Bom... mas isso não vem ao caso! O que importa é que estou de volta!

O texto que vou postar hoje foi escrito no dia 01 de outubro... meu niver!
Acho que vocês não vão entender nada... mas não quero deixar de postá-lo!

Um grande abraço!!!


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DE REPENTE, 21!

Há vinte e um anos cheguei nessa terra de gigantes e, desde então, venho tentando conquistar e ocupar o meu lugar.
Tenho aprendido muito e talvez até ensinado alguma coisa.
Tenho aprendido a viver... aprendido a relevar tristezas e sofrimentos... e, principalmente, valorizar o que sei fazer de melhor: SORRIR. Entretanto e contraditóriamente, hoje sou somente lágrimas.
Acho que somente Deus mesmo para saber tudo o que vivi e todas as “barras” que passei. Só Ele para conhecer o que, realmente, há em meu coração. Mas mesmo com todos os percalços, acho que consegui ser feliz em alguns momentos... momentos estes em que o meu sorriso não era somente uma decoração superficial, e sim a expressão mais sincera da minha alma.
O dia de hoje está sendo inédito. Pela primeira vez, ao longo desses anos, não fiquei ansiosa... pela primeira vez não estou esperando nada, de ninguém.
Talvez isso soe um pouco pessimista, e para ser bem sincera, é assim que eu também estou classificando esta novidade. Porém, a vida me ensinou a sempre, independentemente das circunstâncias, procurar o lado bom das coisas. E foi pensando assim que cheguei à conclusão de que não esperar pode me causar uma surpresa ainda maior.
Sempre cometi o inevitável erro de esperar dos outros tudo aquilo que eu seria capaz de fazer... infelizmente este pensamento me acarretou uma série de decepções, porque acreditava que o fato de não agirem como eu, era sinônimo de desvalor.
Me enganei... e talvez hoje eu tenha compreendido isso melhor. Não há pessoas iguais, nem pessoas que ajam igual... nem tão pouco que pensem ou sintam igual.
Sou diferente de todos e cada um diferente de mim. Cada qual com as suas peculiaridades... com as características que os fazem únicos... únicos e especiais.
Não cometerei mais a injustiça de julgar os outros segundo as minhas ações! Não irei mais sofrer por antecedência! A partir de hoje a minha preocupação será viver um dia de cada vez! Um dia após o outro... banindo completamente a intenção de retardar ou apressar os fatos. Deixarei a vida seguir... seguir e me levar.