31 de março de 2013

A minha escolha


Atire a primeira pedra aquele que nunca sentiu medo. Ou quem nunca teve a sua fala estrangulada por esse misto de insegurança e impotência.
O medo é intrínseco à vida humana e nós o percebemos no momento em que alcançamos o nosso limite.
Acredite, há sempre uma expressão do medo no ponto final de uma linha.
Não adquiri este aprendizado dos inúmeros livros que já li. Aprendi na prática, experimentando em minha própria pele a força que tem esse sentimento.
Sentir medo me apavora; muito provavelmente porque ele representa para mim um sinal de fraqueza. E se há uma coisa que me tira do sério é sentir-me frágil.
Não sou daquelas que se sentem confortáveis ao admitir a sua pequenez diante da vida; muito menos quando sinto a vida grande demais para caber em meu coração.
Sou limitada e tenho que admitir: tenho em mim diversos receios.
Temo o amanhã, o futuro, as pessoas e às vezes, temo até a mim mesma.
Me incomoda muito perceber a minha fragilidade, mas me incomoda muito mais saber que não tenho para onde correr. Afinal, o medo é o que chamam de universal.
É por isso que às vezes me perco ao enfrentar certas situações, ao cruzar qualquer nova fronteira, ao tentar recomeçar de um novo ponto de partida.
Ainda não sei se isso é ou não um problema.
 Alguns especialistas dizem que o medo integra o nosso processo de sobrevivência. Sobrevivemos porque enquanto temerosos, aprendemos a ter cautela. Acredito que a questão encontra-se na transformação dos nossos medos em obstáculos; quando eles passam a impedir a nossa realização, quando se tornam maiores que nós.
É importante conhecermos e respeitarmos os nossos limites. Todavia, isso não significa que não existem outras alternativas que nos conduzam a um mesmo objetivo.
Por fim, tenho percebido que é essencial não nos desesperarmos, não perdermos o controle, as rédeas. Nossa vida deve e tem que ser regida por nós mesmos.
Há uma linha tênue entre o poder construtivo e o nocivo que o medo pode exercer em nossas vidas; contudo, está em nossas mãos optar por não ir além ou chegar muito mais longe do que imaginávamos que seríamos capazes.
Eu já fiz a minha escolha.