Não sei se vocês concordam comigo,
mas dentre todas as formas de perder alguém, dizer adeus é uma das piores;
sobretudo quando nos despedimos contra a nossa vontade.
Particularmente, dizer “adeus” me
causa um imenso transtorno. Talvez porque nestas circunstâncias, a perda nunca
é completa. A pessoa não vai embora, muito menos o que sentimos por ela. O que
falta é apenas aquela ponte que antes nos unia. A conexão quase perfeita de
pensamentos, palavras e emoções.
É triste admitir que estas “pontes”
são mais frágeis do que possamos supor. É certo que em algum momento, uma ou
outra irá ruir. Cairá por terra e levará consigo promessas de amor ou amizade
eternas.
E ao vermos tanta coisa destruída, nos
perguntamos se vale à pena o esforço de tentarmos consertá-las. E esse tipo de
decisão que demanda tempo. Muito provavelmente porque sabemos que, ao
decidirmos reparar alguma coisa, corremos o risco do insucesso. Consertos não
garantem a perfeição, por melhores que eles sejam. Sempre ficará uma marca, um
remendo, algo que nos faça lembrar do que não queríamos. E o que antes era
frágil poderá se tornar ainda mais.
A minha ideia então é apostar no que
é novo. Reciclar.
Aproveitar os velhos sentimentos, as velhas
experiências, as lembranças e construirmos algo diferente, mantendo somente a essência
do sentimento antigo. Já dizia Shakespeare
que “não é necessário que mudemos de amigos, se compreendermos que os amigos
mudam”. Essa talvez seja uma das maiores verdades que já ouvi. Não é necessário
que abandonemos o que é importante para nós, se aprendermos a reaproveitar as
nossas vivências. Tudo em nossas vidas está em constante mudança, não seria
diferente com aqueles que amamos.
Por isso não acredito naquela coisa
de “começar de onde paramos”. É muita mesmice e seria igual a persistir
descuidadamente no erro. O correto, na minha opinião, é buscarmos outras
alternativas; fazermos o mesmo, porém de uma forma diferente. E isso é
possível. Existem muitos caminhos que convergem para o mesmo ponto. Alguns mais
fáceis, outros nem tanto. Mas há inúmeras oportunidades para seguirmos e é por
isso que não podemos desistir. Se não deu certo de um jeito, tente o próximo. Se
não chegou onde queria, existe outro caminho a ser percorrido.
Uma das minhas pontes estava caída. E
de um lado do abismo, morrendo de vontade de chegar ao outro lado, me
perguntava se valia a pena tanto esforço. E descobri que maior que a minha
dúvida era a saudade. E é por isso que estou aqui... não para recomeçar de onde
paramos, mas para seguirmos por um novo caminho.
Eu senti muito a sua falta!