Tive um sonho.
Sonhei que estava gravemente doente; nunca havia me imaginado naquele estado. Foi inexplicável, mas senti a vida se esvair do meu corpo. Havia me transformado em apenas um conjunto de ossos, que não mais sustentavam o meu corpo e representavam um peso terrível na vida dos poucos que se mantiveram por perto.
Ao acordar, foi inevitável não pensar na vida. Em como o nosso corpo não vale quase nada... e em como as coisas podem mudar, independentemente da nossa vontade.
Morrer é um dos meus medos. Talvez um dos maiores. Junto a este está o da solidão.
Isso mesmo! São duas coisas das quais tenho medo... ou melhor, pânico. A morte e a solidão, não necessariamente nessa ordem.
Acho que o medo advém do meu perfeccionismo. Não gosto de nada mal feito, muito menos de deixar as coisas pelas metades. Mas algum dia isso irá acontecer. Não posso adivinhar quando, nem o que deixarei por fazer... mas deixarei.
Sei que quando vivemos, a partir do momento em que entramos nesse processo, de alguma forma começamos a morrer. Porque no avesso da vida, há sempre um processo de morte. O hoje é mais um dia que vivi e menos um que irei viver.
Este tipo de pensamento pode ser bastante conflituoso, afinal temos sempre a tendência de querer um minuto a mais; um pouco mais de tempo para terminar o inacabado e talvez até começar algo novo... algo interminável e que nos sirva como garantia de sobrevivência.
Meu pai sempre diz que não devemos pensar na morte como um motivo de desespero e pessimismo. Algum dia, para o meu próprio bem, eu espero alcançar também esse ponto de vista.
Pensar na vida e nos seus avessos é importante. Saber que podemos viver o hoje intensamente, mas que no avesso desse viver intensamente já existe um processo de morrer. Acredito que viver intensamente é, antes de qualquer coisa, não limitar a nossa experiência de vida à nossa biologia. O meu próprio curso me mostra o quão maravilhosa é a “maquinaria humana”. O quão perfeitas são as engrenagens que nos movem, sejam elas macro ou microscópicas. Tudo funciona em perfeita harmonia para alcançar o nosso bem-estar. Mas com o passar dos anos as engrenagens vão se desgastando, enferrujando e, mais cedo ou mais tarde, cessam o seu trabalho.
É assim que acontece. CERTAMENTE, o corpo irá envelhecer. Alguns de uma maneira melhor do que os outros, dependendo das escolhas que foram feitas anteriormente. Esse foi outro aprendizado que adquiri na faculdade e na vida: a qualidade da nossa velhice está ligada à maneira que escolhemos viver a nossa juventude.
Mas quando me referi à vida, não quis dizer apenas vida biológica. Falo, principalmente, daquilo que em vida não sabemos nomear. Daquilo que é vivo em nós e que não pode ser visto.
Por vezes carregamos dentro de nós angústias, sentimentos negativos, tristezas... “Corpos estranhos” que não podem ser vistos em nenhum tipo de exame, mas que não deixam de ser perceptíveis!
Percebemos a tristeza e a amargura alheia quando descobrimos que o outro está morrendo lentamente... não no corpo, no que é biológico, mas nas suas esperanças. Quando deixa de eleger a melhor parte da vida... quando deixa de ter o brilho nos olhos.
Já disseram, sabiamente, que “os olhos são a janela da alma”. E são.
Através do olhar nos comunicamos tão bem, ou até melhor, como quando usamos as palavras.
Não há nada melhor do que enxergar em um olhar uma boa notícia. Ter a certeza de aquele que o sustenta está confortável em sim mesmo. Mas essa experiência do corpo não se limita à matéria. Conforto em nós mesmos é estarmos satisfeitos por vivermos como vivemos, por fazermos o que fazemos e por estarmos onde estamos. É uma felicidade que não é utópica. É até mais que isso! É uma realização humana que nos notifica o tempo todo como alguém que está “dando conta” da existência.
Na vida a gente perde muito tempo com o que é acidental. Há muitas coisas essenciais que deixamos de lado por aquilo que é basicamente obra do acaso.
Inúmeras vezes nos ocupamos daquilo que verdadeiramente não é importante... que podemos passar sem. Deixamos de colocar a nossa intenção e o nosso empenho naquilo que realmente faz diferença.
Éh... às vezes a gente perde muito tempo na vida! E assim, vamos morrendo aos poucos. Não o corpo! Mas as esperanças... os sonhos... simplesmente porque deixamos de cuidar do que é essencial.
Morrer no corpo é o natural da vida. Mas morrer nas esperanças não!
Sonhei que estava gravemente doente; nunca havia me imaginado naquele estado. Foi inexplicável, mas senti a vida se esvair do meu corpo. Havia me transformado em apenas um conjunto de ossos, que não mais sustentavam o meu corpo e representavam um peso terrível na vida dos poucos que se mantiveram por perto.
Ao acordar, foi inevitável não pensar na vida. Em como o nosso corpo não vale quase nada... e em como as coisas podem mudar, independentemente da nossa vontade.
Morrer é um dos meus medos. Talvez um dos maiores. Junto a este está o da solidão.
Isso mesmo! São duas coisas das quais tenho medo... ou melhor, pânico. A morte e a solidão, não necessariamente nessa ordem.
Acho que o medo advém do meu perfeccionismo. Não gosto de nada mal feito, muito menos de deixar as coisas pelas metades. Mas algum dia isso irá acontecer. Não posso adivinhar quando, nem o que deixarei por fazer... mas deixarei.
Sei que quando vivemos, a partir do momento em que entramos nesse processo, de alguma forma começamos a morrer. Porque no avesso da vida, há sempre um processo de morte. O hoje é mais um dia que vivi e menos um que irei viver.
Este tipo de pensamento pode ser bastante conflituoso, afinal temos sempre a tendência de querer um minuto a mais; um pouco mais de tempo para terminar o inacabado e talvez até começar algo novo... algo interminável e que nos sirva como garantia de sobrevivência.
Meu pai sempre diz que não devemos pensar na morte como um motivo de desespero e pessimismo. Algum dia, para o meu próprio bem, eu espero alcançar também esse ponto de vista.
Pensar na vida e nos seus avessos é importante. Saber que podemos viver o hoje intensamente, mas que no avesso desse viver intensamente já existe um processo de morrer. Acredito que viver intensamente é, antes de qualquer coisa, não limitar a nossa experiência de vida à nossa biologia. O meu próprio curso me mostra o quão maravilhosa é a “maquinaria humana”. O quão perfeitas são as engrenagens que nos movem, sejam elas macro ou microscópicas. Tudo funciona em perfeita harmonia para alcançar o nosso bem-estar. Mas com o passar dos anos as engrenagens vão se desgastando, enferrujando e, mais cedo ou mais tarde, cessam o seu trabalho.
É assim que acontece. CERTAMENTE, o corpo irá envelhecer. Alguns de uma maneira melhor do que os outros, dependendo das escolhas que foram feitas anteriormente. Esse foi outro aprendizado que adquiri na faculdade e na vida: a qualidade da nossa velhice está ligada à maneira que escolhemos viver a nossa juventude.
Mas quando me referi à vida, não quis dizer apenas vida biológica. Falo, principalmente, daquilo que em vida não sabemos nomear. Daquilo que é vivo em nós e que não pode ser visto.
Por vezes carregamos dentro de nós angústias, sentimentos negativos, tristezas... “Corpos estranhos” que não podem ser vistos em nenhum tipo de exame, mas que não deixam de ser perceptíveis!
Percebemos a tristeza e a amargura alheia quando descobrimos que o outro está morrendo lentamente... não no corpo, no que é biológico, mas nas suas esperanças. Quando deixa de eleger a melhor parte da vida... quando deixa de ter o brilho nos olhos.
Já disseram, sabiamente, que “os olhos são a janela da alma”. E são.
Através do olhar nos comunicamos tão bem, ou até melhor, como quando usamos as palavras.
Não há nada melhor do que enxergar em um olhar uma boa notícia. Ter a certeza de aquele que o sustenta está confortável em sim mesmo. Mas essa experiência do corpo não se limita à matéria. Conforto em nós mesmos é estarmos satisfeitos por vivermos como vivemos, por fazermos o que fazemos e por estarmos onde estamos. É uma felicidade que não é utópica. É até mais que isso! É uma realização humana que nos notifica o tempo todo como alguém que está “dando conta” da existência.
Na vida a gente perde muito tempo com o que é acidental. Há muitas coisas essenciais que deixamos de lado por aquilo que é basicamente obra do acaso.
Inúmeras vezes nos ocupamos daquilo que verdadeiramente não é importante... que podemos passar sem. Deixamos de colocar a nossa intenção e o nosso empenho naquilo que realmente faz diferença.
Éh... às vezes a gente perde muito tempo na vida! E assim, vamos morrendo aos poucos. Não o corpo! Mas as esperanças... os sonhos... simplesmente porque deixamos de cuidar do que é essencial.
Morrer no corpo é o natural da vida. Mas morrer nas esperanças não!
Vida longa a todos nós!
Sempre palavras sábias, Bruna! Sinceramente, acho lindo esse seu jeito de escrever. Encanto-me sempre.
ResponderExcluirAbraço.
Obrigada, Kênia! Fico feliz que seja uma visita constante aqui no blog!
ResponderExcluirA sua opinião é de muito valor viu...
Mais uma vez, obrigada pela visita e volte sempre!
Abraço!
Se você escrever textos assim sempre que tiver um sonho ruim, vou passar a desejar que tenha pesadelos constantes! :D
ResponderExcluirDepois de ler e pensar um pouco cheguei à conclusão que você vence esse medo quando deita na cama no fim do dia e pensa: hoje eu aproveitei cada instante e vivi intensamente cada momento do meu dia. Se eu morrer, morro feliz. Se não morrer, amanhã espero repetir essa façanha. Ad infinitum.
Parabéns!
Oi Bruna, te mandei um selo, depois vê lá no post do meu blog pra ver como funcionar :)
ResponderExcluirFique bem.
Áhh... Obrigada, Nikolas!
ResponderExcluirMas espero escrever sobre um sonho bom da próxima vez! :)
Rsrsrsrs!
Mais uma vez, obrigada pela visita e volte sempre que quiser!
Abraços!
Oi, Eduardo! Agradeço pelo selo e pela visita!
ResponderExcluirVolte sempre que quiser! :)
Fantástico o Blog, parabens!
ResponderExcluirAhhh ...num tem a opção "excelente" naum? Lindo, lindo texo!
ResponderExcluirObrigada, Saminha e André!
ResponderExcluirContinuem visitando o blog!
Beijos
Bruna, querida, selo para você no meu blog.
ResponderExcluirAbraço.
Sem palavras... Post excelente! Parabéns! =)
ResponderExcluirSeu blog continua maravilhoso então mais selos para coleção um Bom fim de ano para ti e sucesso no ano q vai iniciar
ResponderExcluirMeu muito obrigada à Kênnia, Amanda e Dih Carmo... sem vcs o blog não existiria!
ResponderExcluirBeijos!
nossa buh... q lindo!!!
ResponderExcluireternamente sua fã!!!
Obrigadinha, Kami!
ResponderExcluirFico muito feliz que tenha visitado o blog!
Beijão!!!